Ontem foi dia de cinema e o filme da vez não podia ser outro: o tão falado Comer Rezar Amar, adaptação do bestseller homônimo às telonas, que traz nada mais nada menos que Julia Roberts (amo!) e Javier Bardem no elenco. O longa tem 2 horas e 20 min de duração e pode ser dividido, digamos, em 4 partes: o antes, o comer, o rezar e o amar.
Depois de uma visita a Bali, onde teve previsões de um xamã que iriam mudar sua vida, insatisfeita após seu divórcio e cansada de pular de um relacionamento a outro ("desde meus 15 anos ou eu estou namorando com um cara ou terminando com um cara. Nunca dediquei nem uma semana sequer pra ficar sozinha comigo mesma" =D), Liz decide tirar 1 ano off para redescobrir seus prazeres perdidos.
Assim, a primeira parada não poderia ser outra: COMER = ITÁLIA, bien sûr! Essa foi a minha parte preferida do filme, não só pelos spaghettis e pizzas maravilhosos e por poder rever Roma, mas também pelo caráter de diário de bordo que essa parte apresenta, contando suas impressões a respeito do país, da língua, das amizades que fez, além de comparar a cultura e modo de pensar e agir americano em relação ao italiano. Dentre muitas coisas, é apresentada uma teoria sociológica de que o americano (estadunidense) de modo geral, não se permite o lazer tão facilmente como outros povos, embora ironicamente vivam no país que mais produz diversão no mundo.
Meses depois e alguns quilinhos a mais (11 kg pra ser mais exata!), hora de partir pro próximo verbo: REZAR = ÍNDIA. Logicamente, essa é a parte espiritual do filme, onde ela passa o tempo todo num Ashram (um lugar de meditação) rezando e praticando yoga. A monotonia só é esquecida graças ao Richard (Richard Jenkins), um texano que implica com o seu jeito, até que se torna seu amigo e uma espécie de mestre, que tenta mostrar como é possível cicatrizar as feridas da vida (ele mesmo com vários problemas familiares ocasionados por drogas e álcool) e a uma menina indiana (esqueci o nome... #fail), com seus conflitos, já tão mostrados em "Caminho das Índias", que incluíam um casamento arranjado (cuja festa é, inclusive, mostrada, com toda a sua pompa e cores) e um sonho de estudar psicologia na universidade.
Ao se sentir mais equilibrada emocionalmente, Liz decide voltar a Bali e se reencontrar com seu xamã (fofo!), dando início a última parte do filme/livro: AMAR = INDONÉSIA. Permeado ainda de muita meditação e ensinamentos, ela se vê redescobrindo o amor na pessoa de um brasileiro (tinha que ser né?!), Felipe, divorciado e, como ela, cheio de medo de amar de novo e sofrer em razão desse amor. Destaque para as músicas brasileiras que compõem a trilha sonora do filme nessa parte, como o “Samba da Benção”, aquele que diz que “é melhor ser alegre que ser triste” e "Wave". Engraçado que quando termina o verso "é impossível ser feliz sozinho", o Javier Bardem (Felipe), solta, coincidentemente, um "POR QUE?"! =D
Enfim, talvez porque o filme seja em primeira pessoa, com Liz contando as suas próprias experiências na passagem por essas três diferentes culturas, e suas reações a cada uma delas, vemos que o filme não se trata de um manual de auto-ajuda (como eu pensava ser). Ela mesma refuta seguir à risca os ensinamentos hindus quando passa pela Índia, por exemplo. Como se mostrasse que, mesmo as religiões não são – ou não deveriam ser – dogmas impostos, mas sugestões de comportamento.
Super recomendo! ;-)